Afinal, para que serve este blog?

O projeto aLER AQUI&ACOLÁ, submetido à RBE e aprovado no âmbito do projeto aLer+, integra dois clubes de leitura - "Clube Leitura D’Acolá" (formado por pais, avós e encarregados de educação...), permitindo a troca de experiências entre os leitores e promovendo o trabalho em parceria com as famílias para estimular a leitura em casa e na comunidade; e "Clube Leitura D’Aqui" (alunos, professores, assistentes operacionais, ex-alunos, ex-professores...), visando a promoção do gosto pela leitura, da leitura autónoma e da partilha, e a transversalidade dos currículos. Destes clubes surge o "Brigada da Leitura", um conjunto de leitores voluntários que terão uma intervenção na escola, em atividades curriculares e extracurriculares, e na comunidade, promovendo o ato de ler em cafés, praças, anfiteatros, lares, centros de saúde… um pouco por todo o lado.

Este blogue pretende servir de apoio (e incentivo) a esses Clubes de Leitura.

Professores, alunos, pais e encarregados de educação e outros membros da comunidade que se queiram juntar à nobre causa da leitura, têm neste blogue um recurso importante que os informa sobre obras disponíveis na biblioteca, temáticas a trabalhar e formas de se tornarem membros dos Clubes de Leitura, mas, sobretudo, um recurso interativo que lhes permitirá partilhar opiniões sobre leituras efetuadas e sobre obras a ler, bem como um repositório digital (com áudio e vídeo) das atividades levadas a efeito no âmbito do projeto e dos clubes.

Apesar disso, este blogue destina-se essencialmente aos pais, encarregados de educação e demais comunidade educativa, por ser uma forma proactiva de os trazer à escola, de volta à leitura, de regresso a uma missão essencial da educação das suas (nossas) crianças: promover a importância da leitura e do ato de ler. A criança é geralmente um espelho dos pais, por isso é importante que o exemplo venha da família. Esses hábitos leitores, desenvolvidos desde tenra infância serão visíveis mais tarde (ainda que momentaneamente os alunos percam essa atração física e emocional pelos livros) com bons desempenhos escolares e cidadãos adultos muito mais seguros, preparados e responsáveis.

Este blogue pretende, pois, constituir-se como uma plataforma de comunicação entre pessoas que gostam de ler e que o fazem com a regularidade necessária para que esse ato se constitua como um hábito (saudável).

O Ato de Ler

O ato de ler pressupõe que o leitor se aproprie do que lê. Interiorize, viva, reaja à leitura para que possa entrar nessa dimensão outra que se refere não ao tempo corrente mas àquele que as vivências descritas o façam viver.

Ler é, no fundo, uma comunhão de vivências e um diálogo entre aquele que escreveu e aquele que, agora, lê. E se a escrita é uma só (porque só um – ou mais do que um – é o que escreve), as leituras são tantas quantas aqueles que o leram, porque cada leitor aborda a obra de uma forma tão original quanto aquela que a sua personalidade, o seu meio, a sua condição e a sua cultura o permitem.

Sublinhe-se, portanto, que o ato de ler, aparentemente, e na teoria, tão complicado, é porventura o ato humano mais simples, desde que o individuo domine a técnica da leitura. Trata-se, tão só, de juntar signos que originam um conceito ou ideia e descodifica-la pela compreensão da mesma. Simples, não?

O treino é fundamental. Quanto mais lemos, melhores leitores nos tornamos, numa espiral de causa efeito que nos conduz, não raras vezes à perfeição do raciocínio lógico, ao domínio argumentativo e ao conhecimento.

Mas ler é também prazer, fruição do tempo, aventura, mistério, romance, amor, drama. Ler é vida, porque quem lê muito, vive muitas vezes.

Conselhos para ser um bom leitor

A Arte de Ler

Hábito de Leitura (segundo a Wikipédia)

Hábito de leitura refere-se à frequência em que um indivíduo lê, principalmente livros e jornais, embora o termo seja mais amplo e inclua qualquer espécie de leitura. Pode-se dizer que existem três objetivos básicos para aquele que cultiva o hábito de ler, a saber ler por prazer, para estudar ou para se informar, mostrando, assim, que não se vincula somente a um objetivo geral de educação mas também às vontades e ambições individuais de cada um (…)

Hábitos de Leitura

Ficha Técnica Título: A Leitura em Portugal Autores: Maria de Lourdes Lima dos Santos (coord.); José Soares Neves; Maria João Lima; Margarida Carvalho Coordenação dos estudos PNL: Gabinete de Estatística e Planeamento da Educação (GEPE)

Os hábitos de leitura de uma comunidade dependem de um conjunto complexo de factores. Em Portugal, muitas circunstâncias têm concorrido para os alterar. A melhoria das condições económicas das famílias, medidas de política educativa e cultural como a escolarização progressiva e mais prolongada da população, o lançamento da rede de bibliotecas públicas, há vinte anos, e da rede de bibliotecas escolares, há dez, decerto contribuíram para alargar as possibilidades de acesso aos livros, revistas e jornais. E várias iniciativas públicas ou privadas visando estimular o encontro entre livros e leitores como feiras de livro, debates com autores ou comunidades de leitores têm vindo a obter efeitos positivos. Há que reconhecer uma evolução encorajadora. Paradoxalmente, continua a haver quem considere a leitura em Portugal uma batalha social perdida, sobretudo entre aqueles que mais a valorizam, mas não se cansam de salientar o efeito nefasto da omnipresença da televisão, a facilidade no acesso à Internet ou os jogos de computador que, não exigindo esforço, nem concentração, funcionam como inibidores do desenvolvimento pessoal, numa sociedade com hábitos culturais reconhecidamente frágeis. É verdade que hoje se torna mais difícil conquistar os cidadãos para os incomparáveis benefícios da prática da leitura devido à concorrência de múltiplas solicitações para a ocupação do tempo. Mas apesar da presença de factores negativos, a experiência demonstra ser possível transformar alguns deles, como por exemplo as novas tecnologias, em potenciais aliados. E também que a intervenção consistente e adequada pode ampliar o efeito dos factores positivos, como se tem verificado em tantos países que desenvolvem projetos de leitura e avaliam os respectivos efeitos. Para agir com segurança e rentabilizar os recursos disponíveis, o Plano Nacional de Leitura precisa de informação atualizada e de uma avaliação permanente dos efeitos da sua própria ação. Assim, lançou um primeiro conjunto de estudos, em Julho de 2006. A seleção dos Centros de Investigação e a organização da encomenda dos estudos ficou a cargo do Gabinete de Estatística e Planeamento da Educação do Ministério da Educação (GEPE), sob coordenação de João Trocado da Mata, a quem expresso os meus agradecimentos pela ajuda preciosa na reflexão, pela eficaz e empenhada colaboração nesta importante tarefa e também pelo imenso e generoso trabalho sem o qual o PNL não poderia estabelecer a rede comunicação que lhe permitiu chegar aos destinatários.